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A LUA VISTA DA TERRA , LINDA MUITO LINDA... |
A TERRA VISTA DA LUA, MARAVILHOSA,
VAMOS PEDIR A DEUS QUE A HUMANIDA
DE NÃO A DESTRUA.
Gagarin: Rússia e o mundo comemoram 50 anos do primeiro homem no espaço
12 de Abril de 2011, 11:06
O dia 12 de abril de 1961, data da primeira viagem espacial tripulada, é um dos raros casos da história da União Soviética que não provocam discórdias. Há uma unanimidade praticamente absoluta de que foi um dos dias mais felizes daquela era.
“Foi dos acontecimentos mais memoráveis da minha vida. Talvez nunca tenha visto, nem antes, nem depois, tanta alegria no rosto das pessoas. Parecia que, depois da viagem de Iúri Gagarin, tudo estava ao nosso alcance”, recorda Mikhail, engenheiro reformado. “Eu estava na sala de aulas da escola secundária quando ouvimos pela rádio a notícia do feito de Iúri Gagarin. Escusado será dizer que as aulas terminaram aí mesmo. Fomos para a rua comemorar”, Poekhali!” (Vamos!). Esta expressão, pronunciada por Gagarin (1934-1968) quando o foguetão Vostok-1 levantou voo do Cosmódromo de Baikonur rumo ao Espaço, entrou para sempre na língua russa como sinónimo das grandes possibilidades do Homem. Nesse dia, quando a agência oficial de notícias da União Soviética noticiou o voo de apenas 108 minutos em redor da Terra, milhões de pessoas saíram para as ruas das cidades, vilas e aldeias para festejar o acontecimento.
“As pessoas comentavam, abraçavam-se de alegria, gritavam, foi um dia de felicidade e concórdia entre todos, pareceu um sonho muito rápido”, recorda Maria Ivanovna, que naquela altura era aluna da Universidade de Moscovo.
A receção e os festejos oficiais foram preparados à pressa e de improviso, visto que os dirigentes soviéticos só decidiram organizá-los depois de ver que a primeira viagem espacial tinha sido um êxito.
Serguei Khrutchov, filho do então dirigente soviético Nikita Khrutchov, recorda que o pai telefonou ao ministro da Defesa da URSS e disse-lhe: “Ele (Gagarin) é primeiro tenente. É preciso promovê-lo”. O ministro respondeu com má vontade na voz, mas prometeu promovê-lo a capitão. Nikita Khrutchov reagiu: “Qual capitão? Pelo menos major!”. O ministro não concordou durante muito tempo, mas Gagarin acabou por ser promovido a major”.
“Gagarin entrou na Praça Vermelha de Moscovo ao som da famosa canção soviética: “Nascemos para fazer do conto uma realidade”, apropximou-se de Nikita Khrutchov e pronunciou: Camarada secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da União Soviética, presidente do Conselho de Ministros da URSS! Fico contente em comunicar que foi cumprida a tarefa do Comité Central do Partido Comunista e do Governo Soviético...”, recorda Dmitri Ivanovitch, então estudante de engenharia e que testemunhou esse acontecimento histórico.
No dia seguinte, Gagarin deu uma conferência de imprensa, especialmente organizada para jornalistas estrangeiros. Um dos correspondentes em Moscovo perguntou-lhe se ele não era descendente dos príncipes russos Gagarin, tendo o jovem Iúri respondido: “Não conheço, nem nunca ouvi falar de que entre os meus parentes tenha havido príncipes ou nobres”.
“O rosto feliz de Iúri Gagarin espelhava toda a nossa sincera crença de que o regime soviético era o mais avançado, o mais progressista. O filho de um proletário foi o primeiro homem a chegar ao Espaço”, sublinha Dmitri Ivanovitch. “Um símbolo de uma esperança que depois secou e acabou por morrer”, concluiu.
Há 50 anos, Yuri Gagarin, de 27 anos, tornou-se o primeiro homem a viajar no espaço e a ver a Terra "lá de cima". As palavras que transmitiu para a Terra ao longo desta viagem testemunham o fascínio pelas paisagens, pela nitidez das formas, pela beleza do planeta, que resumiu em frases como "Estou a ver a Terra! É tão bonita...".
Com o passar dos anos e e os progressos na exploração espacial, as imagens do planeta Terra tornaram-se uma fonte de fascínio permanente: mais ou menos longínquo, mais ou menos azul, mas sempre um porto de abrigo entre planetas e luas inóspitos, até onde já nos foi dado explorar. São imagens que nos têm permitido não só conhecer melhor o nosso mundo, mas também ajustar a nossa percepção do lugar que ocupamos no Universo.
O investigador José Saraiva, do CERENA/IST, aceitou o convite para uma visita guiada por algumas das imagens icónicas da Terra - e não só - ao longo das últimas décadas: do "berlinde azul" visto pelos astronautas, a um ponto brilhante, quase indistinto, nas imagens de sondas espaciais cada vez mais longínquas.
Fonte: Lusa/Sapo